Qual a diferença entre agênero e não-binário?
A diferença entre "agênero" e "não-binário" está relacionada às identidades de gênero e à forma como as pessoas se identificam em relação ao binário de gênero (homem/mulher).
Não-binário: Uma pessoa não-binária é aquela que não se identifica inteiramente com nenhum dos gêneros binários (homem/mulher). A não-binaridade engloba uma ampla variedade de identidades de gênero que não se encaixam no binário de gênero, como andrógino, gênero fluido, entre outras.
Agênero: Ageneridade é uma identidade definida pela ausência de gênero. Ser agênero significa não se identificar com gênero nenhum, fugindo das regras e expectativas relacionadas aos gêneros masculino e feminino.
Embora ambos os termos estejam relacionados às identidades de gênero fora do binário, o termo "não-binário" é um guarda-chuva que abrange uma variedade de identidades, enquanto "agênero" se refere especificamente à ausência de gênero. É importante respeitar e validar as identidades de gênero de cada pessoa, independentemente do rótulo que elas preferem usar.
Gênero | Não-binário |
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Refere-se às pessoas que se identificam com o gênero masculino ou feminino | Refere-se às pessoas que não se identificam nem estritamente com o gênero masculino, nem com o gênero feminino, estando fora da cisnormatividade |
Pode ser expresso através de roupas, linguajar, voz e estilo | Pode ser expresso de maneiras que não se encaixam nas normas de gênero binárias |
Pode ser associado a pessoas cisgênero, que têm uma identidade de gênero que corresponde ao sexo atribuído ao nascer | Pode ser associado a pessoas que se identificam como "genderqueer" ou "gênero não conformista" |
O que é agênero?
O gênero, em português do Brasil, refere-se à classificação das palavras em masculinas ou femininas. Essa classificação é importante para a gramática e o uso correto das palavras na língua. Alguns exemplos de gêneros em português incluem:
- Epícenos: Aqueles em que o feminino se distingue do masculino apenas pelas palavras "macho" e "fêmea". Exemplos: jacaré macho – jacaré fêmea, cobra macho – cobra fêmea;
- Sobrecomuns: A distinção somente se dá mediante uma análise contextual, uma vez que o determinante não varia. Exemplos: Márcia é uma criança maravilhosa / Matheus é uma criança esperta. Patrícia foi vítima de assalto / Ricardo foi vítima de sequestro;
- Comuns de dois gêneros: São aqueles cuja distinção se dá por meio de um determinante, como o artigo, numeral, pronome ou adjetivo. Exemplos: o cônjuge – a cônjuge, este cliente – esta cliente, um artista – uma artista;
É importante notar que o gênero gramatical não deve ser confundido com o gênero de identidade pessoal, que se refere à maneira como uma pessoa se identifica em termos de gênero, como homem, mulher, ambos ou outros gêneros.
O que é identidade de gênero?
A identidade de gênero, também conhecida como identidade de género (português europeu) ou gênero (português brasileiro), refere-se ao gênero com o qual alguém se identifica, seja como homem, mulher ou pessoa não-binária.
A identidade de gênero pode ser influenciada por diversos fatores, como etnicidade, trabalho, religião ou irreligião e família.
A Comissão Internacional de Juristas define identidade de gênero como "a profundamente sentida experiência interna e individual do gênero de cada pessoa, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído no nascimento, incluindo o senso pessoal do corpo (que pode envolver, por livre escolha, modificação da aparência ou função corporal por meios médicos, cirúrgicos ou outros) e outras expressões de gênero, inclusive vestimenta, modo de falar e maneirismos".
No Brasil, a discussão sobre a identidade de gênero e os estudos de gênero, também chamados de relações de gênero, emergem durante a década de 1970/80, em torno da problemática da "condição feminina".
Inicialmente, acreditava-se que havia um problema da mulher, que deveria ser pensado unicamente pelas mulheres, já que, durante séculos, os homens as silenciaram e reprimiram.
Na década de 1980, os estudos sobre a "condição feminina" dão espaço aos estudos sobre as mulheres, já que não é possível falar de uma única condição feminina no Brasil e no mundo.
Veja também:
Como se define a identidade de gênero não-binária?
A identidade de gênero não-binária refere-se a pessoas que não se encaixam na divisão binária de gênero entre homem e mulher.
Essa identidade abrange várias identidades diferentes e pode ser considerada um termo "guarda-chuva" para outras identidades de gênero que estão fora do binário de gênero e da cisnormatividade. Algumas identidades não-binárias mais comuns incluem:
- Agênero: ausência total de gênero;
- Neutrois: identidade de gênero neutra;
- Bigênero: identidade de gênero dupla ou ambígua;
- Poligênero: identidade de gênero plural ou múltipla;
- Gênero-fluido: identidade de gênero fluida;
- Intergênero: identidade de gênero identificada como interligada a uma variação intersexo;
- Demigênero: identidade de gênero parcial;
- Trigênero: identidade de gênero tripla;
A identidade de gênero não-binária pode variar de acordo com a pessoa e é importante respeitar e reconhecer a autonomia de cada indivíduo para definir seu próprio gênero.