Qual a diferença entre as hepatites?
As hepatites são doenças virais que afetam o fígado e geram inflamação no órgão. As diferenças entre as hepatites A, B e C estão relacionadas à forma de transmissão, benignidade e gravidade.
Hepatite A: É causada pelo vírus da hepatite A e tem transmissão fecal-oral. É relacionada a baixos níveis de saneamento, problemas de higiene pessoal, alimentos e água contaminados. A vacinação é uma medida preventiva.
Hepatite B: É causada pelo vírus da hepatite B e pode ser transmitida por via sexual, transfusões de sangue ou contato com instrumentos contaminados. No Brasil, estima-se que 15% da população já foi contaminada e 1% é portadora crônica da doença. A imunização para hepatite B é a principal forma de prevenção, sendo universal no Brasil desde 2016.
Hepatite C: É considerada a mais grave das hepatites virais e é causada pelo vírus da hepatite C. No Brasil, existem cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C, sendo responsável por 70% das hepatites crônicas e 40% dos casos de cirrose, de acordo com o Ministério da Saúde. Não existe vacina disponível para hepatite C.
As hepatites D e E são menos comuns no Brasil e têm características diferentes das hepatites A, B e C. É importante lembrar que a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para reduzir os riscos associados a essas doenças.
Característica | Hepatite A | Hepatite B | Hepatite C |
---|---|---|---|
Causa | Vírus Hepatite A (HAV) | Vírus Hepatite B (HBV) | Vírus Hepatite C (HCV) |
Transmissão | Rotas fecal-oral (contato com fezes contaminadas) | Contato com sangue e outros fluidos corporais que contenham HBV | Contato com sangue que contenha HCV |
Período de incubação | 15-50 dias (média de 28 dias) | 45-160 dias (média de 90 dias) | 14-180 dias (média de 45 dias) |
Infecção aguda vs. crônica | Infecção aguda apenas | Pode ser aguda ou crônica; a maioria dos adultos elimina o vírus, mas as crianças que contraem HBV têm maior probabilidade de desenvolver hepatite B crônica | Pode ser aguda ou crônica; mais da metade das pessoas que contraem o vírus desenvolve hepatite C crônica |
Tratamento | Não há tratamento específico, mas a maioria das pessoas se recupera com o tempo | Tratamentos estão disponíveis para prevenir danos ao fígado, mas não há cura | Tratamentos estão disponíveis para prevenir danos ao fígado e diminuir o risco de câncer de fígado |
Vacinação | Não há vacina disponível; no entanto, a pesquisa está em andamento nesse aspecto | Sim, existem vacinas eficazes para prevenir a hepatite B | Não há vacina disponível, mas a pesquisa está em andamento |
Quais são os sintomas comuns das hepatites?
As hepatites, como a hepatite C e a hepatite B, podem apresentar sintomas variados. No entanto, muitas pessoas infectadas com o vírus da hepatite não apresentam sintomas. Os sintomas mais comuns das hepatites incluem:
- Febre;
- Fadiga;
- Urina escura;
- Movimentos intestinais de cor argilosa;
- Dor abdominal;
- Perda de apetite;
- Náusea e vômito;
- Dor articular;
- Icterícia (cor amarela na pele ou nos olhos);
É importante ressaltar que a presença de sintomas pode variar de acordo com o tipo de hepatite e a gravidade da infecção. Em alguns casos, as hepatites podem evoluir para doenças crônicas, como cirrose, falha hepática ou câncer de fígado.
O diagnóstico e tratamento adequados são fundamentais para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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Como é feito o diagnóstico das hepatites?
O diagnóstico das hepatites em português do Brasil envolve diversos exames e testes, dependendo do tipo de hepatite suspeita. Algumas das abordagens diagnósticas incluem:
- Hepatite A: O diagnóstico da infecção atual ou recente é realizado por exame de sangue, no qual se pesquisa a presença de anticorpos anti-HAV IgM (infecção inicial), que podem permanecer detectáveis por cerca de seis meses. É possível também fazer a pesquisa do anticorpo IgG para verificar infecção passada;
- Hepatite B: A presença do HBsAg na amostra de sangue do paciente estabelece o diagnóstico de hepatite B. A infecção crônica é definida pela presença do HBsAg reagente por pelo menos seis mesesO Ministério da Saúde distribui testes rápidos (TR) na rede pública de saúde desde 2011;
- Hepatite C: Anti-HCV (anticorpos contra o vírus HCV) é o marcador de triagem para a hepatite C;
- Hepatite fulminante: Este termo é utilizado para designar a insuficiência hepática no curso de uma hepatite viral, caracterizada por comprometimento agudo da função hepatocelular, manifestado por diminuição dos fatores da coagulação e presença de encefalopatia hepática no período;
Além disso, testes hepáticos como aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) podem ser elevados de forma desproporcional à gravidade da hepatite aguda.
Na maioria dos casos, não há necessidade de biópsia hepática, a menos que o diagnóstico seja incerto.
Quais são as causas das hepatites?
As hepatites são inflamações do fígado que podem ser causadas por diversas razões. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C.
Além das hepatites virais, existem também hepatites não virais, que podem ser causadas por:
- Consumo de álcool: O abuso do consumo de álcool pode levar à cirrose hepática, uma condição grave que compromete a função do fígado;
- Uso de medicamentos: Alguns medicamentos podem causar hepatite quando tomados em excesso ou por um longo período;
- Doenças autoimunes: Hepatites autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca as células do fígado, causando inflamação e danos;
As hepatites virais são transmitidas por diferentes meios, como contato com água ou alimentos contaminados, relações sexuais não protegidas e compartilhamento de seringas.
É importante realizar exames de rotina e vacinar-se contra as hepatites A e B para prevenir e controlar a propagação dessas doenças.