Qual a diferença entre Candida albicans e Candida sp?
A principal diferença entre Candida albicans e Candida sp (outras espécies de Candida) está na sua prevalência e no tipo de infecções que causam.
Candida albicans é o patógeno mais comum nas candidíases cutâneas e da orofaringe. É considerada oportunista, ou seja, só provoca infecção quando o hospedeiro tem a sua saúde debilitada. A vaginite por Candida, por exemplo, é uma infecção causada geralmente por C. albicans.
Por outro lado, Candida sp (outras espécies de Candida) são responsáveis por cerca de 80% das principais infecções fúngicas sistêmicas e são a causa mais comum de infecções fúngicas em pacientes imunocomprometidos. Essas infecções podem ser graves, progressivas e potencialmente fatais.
Em resumo:
- Candida albicans é mais comum em candidíases cutâneas e da orofaringe e é oportunista.
- Candida sp (outras espécies de Candida) são responsáveis por uma maior proporção de infecções fúngicas sistêmicas e afetam principalmente pacientes imunocomprometidos.
Característica | Candida albicans | Candida sp (outras espécies) |
---|---|---|
Prevalência | Maior prevalência em infecções humanas | Menor prevalência em infecções humanas |
Patrão de virulência | Expansão de famílias de genes relacionados à virulência (e.g., ALS e SAP) | Muitas espécies de Candida têm padrões de virulência semelhantes, mas não tão expandidos quanto o de C. albicans |
Resistência a antifúngicos | Menos suscetível a medicamentos antifúngicos | Mais suscetível a medicamentos antifúngicos |
Atividade metabólica em biofilmes | Biofilmes com atividade metabólica menor | Biofilmes com atividade metabólica maior |
Produção de hemolisina | Menor produção de hemolisina | Maior produção de hemolisina |
Quais são as espécies de candida que podem causar infecções em humanos?
As principais espécies de Candida que podem causar infecções em humanos são:
- Candida albicans: É a espécie mais comum e frequentemente envolvida em infecções mucocutâneas e fungemia;
- Candida parapsilosis: É uma das espécies de Candida não-albicans mais frequentemente isoladas em infecções invasivas;
- Candida tropicalis: Outra espécie de Candida não-albicans comumente encontrada em infecções invasivas;
- Candida stellatoidea (C. albicans var stellatoidea): Uma espécie conhecida por causar micoses superficiais;
- Candida guilliermondii: Também causa micoses superficiais;
- Candida glabrata: Uma espécie de Candida não-albicans que tem ganhado importância nos últimos anos;
- Candida krusei: Outra espécie de Candida não-albicans que tem sido encontrada em infecções invasivas;
- Candida lusitaniae: Uma espécie que também tem sido associada a infecções invasivas;
Essas espécies podem causar diversas infecções, como candidíase cutânea, mucocutânea, fungemia e candidíase sistêmica, que envolve a invasão do sangue ou de outros locais normalmente estéreis, como líquidos pleurais e peritoneais.
As infecções por Candida são mais comuns em pacientes imunocomprometidos, como transplantados, neutropênicos, diabéticos, HIV/Aids e aqueles com graves doenças de base.
Saiba mais:
Como é feito o diagnóstico de candidiasis?
O diagnóstico de candidíase envolve a identificação da espécie de Candida e a caracterização do perfil de suscetibilidade ao tratamento. Algumas das abordagens utilizadas incluem:
- Cultura: A cultura de amostras biológicas em meios específicos, como o CHROMagar®, permite a identificação de diferentes espécies de Candida. Por exemplo, em um estudo, o CHROMagar® caracterizou 50% das amostras como Candida albicans, 20,8% como Candida tropicalis, 2,4% como Candida krusei e 26,9% como outras espécies;
- Testes de suscetibilidade: A avaliação do perfil de suscetibilidade das espécies de Candida a diferentes antifúngicos é importante para escolher o tratamento mais adequado. Um método comum é o uso do Etest®;
- Detecção de antígeno circulante: A detecção da molécula de 65 kDa de Candida albicans pode ser utilizada para diagnosticar candidemia em pacientes de Unidades de Terapia Intensiva (UTI);
É importante ressaltar que o diagnóstico de candidíase invasiva requer a presença de lesões clínicas características, evidências histológicas de invasão tecidual e culturas positivas de espécimes coletados de locais normalmente estéreis, como sangue, líquido cefalorraquidiano e pericárdio.
Quais são os sintomas de uma infecção por candida albicans?
A infecção por Candida albicans ocorre quando há desequilíbrio no organismo, levando à maior fragilidade do sistema imunológico. Os sintomas variam de acordo com o local em que o fungo está presente. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
- Candidíase oral: Placas brancas na boca, garganta e língua, dor e ardor ao urinar e corrimento branco e espesso;
- Candidíase vaginal: Inflamação, prurido e corrimento branco na região genital;
- Candidíase cutânea: Erupções cutâneas, escamações, coceira e inchaço na pele;
É importante identificar a infecção por Candida albicans para que o tratamento seja possível, geralmente envolvendo o uso de pomadas ou comprimidos antifúngicos.