Qual a diferença entre civilização e barbárie?

A diferença entre civilização e barbárie está relacionada a conceitos de progresso, cultura e moralidade. A civilização é geralmente associada ao desenvolvimento, à racionalidade e à autonomia, enquanto a barbárie é vista como o oposto, representando a falta de cultura, a irracionalidade e a ausência de valores éticos.

No contexto brasileiro, a antítese entre civilização e barbárie foi utilizada para caracterizar a relação entre a população indígena e a população europeia, sendo os indígenas considerados bárbaros e os europeus civilizados. Essa visão foi contestada ao longo do tempo, e atualmente a antítese não é tão frequentemente invocada, embora ainda possa ser encontrada em discussões e debates.

Em resumo, a diferença entre civilização e barbárie pode ser vista nos seguintes aspectos:

  • Civilização: Associada ao progresso, desenvolvimento, racionalidade e autonomia, representando valores éticos e culturais.
  • Barbárie: Associada à falta de cultura, irracionalidade e ausência de valores éticos, sendo frequentemente usada para descrever povos ou sociedades consideradas menos desenvolvidas ou "selvagens".

É importante ressaltar que esses conceitos são relativos e podem variar de acordo com o contexto e a perspectiva de cada indivíduo ou sociedade.

Civilização Barbárie
Fase imediatamente posterior à selvageria Fase imediatamente anterior à civilização
Caracterizada por sociedades com divisão social do trabalho, urbanização e desenvolvimento das ciências Caracterizada por sociedades com menor complexidade e sofisticação em comparação às sociedades civilizadas
Padrão de referência para o julgamento dos homens nos tempos anteriores a esse status Considerada inferior à civilização, sendo uma etapa evolutiva anterior

Quais são os três grandes períodos étnicos segundo lewis morgan?

Lewis H. Morgan, um antropólogo americano, propôs três grandes períodos étnicos na evolução da humanidade, que são: selvageria, barbárie e civilização. Cada um desses períodos se divide em subperíodos, de acordo com o grau de desenvolvimento cultural e tecnológico.

  1. Selvageria: É o primeiro estágio da evolução humana, caracterizado pela ausência de escrita e pela subsistência baseada na coleta de alimentos e na caça. Morgan divide a selvageria em três subperíodos: selvageria antiga, selvageria média e selvageria tardia;
  2. Barbárie: É o segundo estágio da evolução humana, marcado pelo desenvolvimento da agricultura, pecuária, arquitetura em pedra e trabalhos em metal. Morgan subdivide a barbárie em três subperíodos: barbárie antiga, barbárie média e barbárie tardia;
  3. Civilização: É o terceiro e último estágio da evolução humana, caracterizado pelo surgimento do estado, do direito e da escrita, além do desenvolvimento de instituições sociais e culturais complexas. Morgan não subdivide a civilização em subperíodos;

Esses períodos étnicos são baseados nas diferenças culturais e tecnológicas entre as sociedades e são utilizados para entender a evolução e o desenvolvimento da humanidade ao longo do tempo.

Como a história do homem seguiu os três grandes períodos étnicos?

A história do homem no Brasil seguiu três grandes períodos étnicos, conforme abordado nos resultados da pesquisa:

  1. Paleoamericanos: Estudos de crânios humanos antigos encontrados no sudeste do Brasil sugere que pelo menos duas ondas de pessoas entraram na América do SulEsses paleoamericanos compartilham um último ancestor comum com outros grupos étnicos, mas diferem em termos de morfologia craniana;
  2. Primeira presença humana: No território brasileiro, há vários sítios arqueológicos com datas anteriores a 30.000 anos, sendo entre os primeiros manifestos humanos nas AméricasEsses sítios fornecem informações importantes sobre a dispersão do Homo sapiens e a interação entre grupos humanos e ambientes tropicais;
  3. Chegada aos Andes: A datação de ossos de preguiças gigantes no abrigo rochoso de Santa Elina, no estado de Mato Grosso, indica atividade humana na região há pelo menos 25.000 anosEssa descoberta sugere que os humanos chegaram à América do Sul mais cedo do que se pensava anteriormente, possivelmente durante o último máximo glacial, ou seja, o pico da última idade do gelo;

Esses períodos étnicos ajudam a entender a complexa narrativa da chegada e dispersão dos humanos no Brasil e na América do Sul, bem como suas interações com diferentes ambientes e faunas.

Como a historiografia tradicional descriminou grupos humanos utilizando o conceito de "civilização"?

A historiografia tradicional utilizou o conceito de "civilização" para discriminar grupos humanos, baseando-se em grandes transformações das formas de vida e na organização social e política das sociedades.

Essa visão tradicional dividia o estudo da história em períodos, como a História Antiga, associada a civilizações como Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma.

No entanto, essa abordagem tende a apresentar esses povos como auto-suficientes e herméticos, enquanto na realidade, eles influenciaram e receberam influências fundamentais de outros povos.

A historiografia tradicional também estava focada em instituições e elites, dando muita relevância a fatos e datas, de uma forma positivista, sem aprofundar grandes análises de estrutura e conjuntura.

Essa visão começou a ser questionada a partir do surgimento da Escola dos Annales, na França, em 1929, fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch.

A Escola dos Annales buscou se livrar de uma visão positivista da escrita da História, propondo análises de processos de longa duração e apresentando uma História mais vasta, abrangendo todos os aspectos possíveis da vida humana ligada à análise das estruturas.

Em resumo, a historiografia tradicional discriminou grupos humanos utilizando o conceito de "civilização" e focando em transformações e organizações sociopolíticas.

No entanto, essa abordagem tende a apresentar visões simplistas e positivistas, sendo questionada por correntes historiográficas mais recentes, como a Escola dos Annales.

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