Qual a diferença entre comprimido revestido e não revestido?

A diferença entre comprimidos revestidos e não revestidos está na camada adicional que recobre o comprimido.

  • Comprimido não revestido: A formulação consiste da mistura do princípio ativo em pó com substâncias que dão liga, formando o comprimido sólido. Esses comprimidos podem ser facilmente divididos ou ajustados em dose, caso necessário.

  • Comprimido revestido: Além da formulação básica, o comprimido é recoberto por uma camada adicional, que pode ser feita de açúcar (processo chamado de drageamento) ou de uma película de polímero. Essa camada tem diversas funções, como proteção contra umidade, luz e oxigênio, além de melhorar a aparência estética, modificar o sabor e odor e controlar o tempo de dissolvimento.

As drágeas são um tipo específico de comprimido revestido, que possuem revestimento de açúcar e corante, facilitando a deglutição e mascando sabores e odores desagradáveis de alguns princípios ativos. No entanto, os comprimidos revestidos não podem ser facilmente divididos ou ajustados em dose, como os não revestidos.

Comprimido Não Revestido Comprimido Revestido
Sem revestimento externo Com revestimento externo, geralmente feito de açúcar ou filme de polímero
Fórmulação baseada na mistura do princípio ativo em pó com substâncias que dão liga Fórmulação recoberta por açúcar (drageamento) ou filme de polímero para proteção contra umidade, luz e oxigênio, além de melhorar o sabor, odor e controle do tempo de dissolvimento
Pode ser partido para ajustar a dose Não pode ser partido, mastigado ou triturado
Indicado para medicamentos que resistem às enzimas digestivas e não sejam degradados ou inativados Indicado para medicamentos que precisam de proteção contra o ambiente e melhorias no sabor e odor

Quais são os tipos de comprimidos?

No Brasil, existem diversos tipos de comprimidos, que são formas sólidas de medicamentos preparados por compressão. Alguns dos tipos de comprimidos incluem:

  1. Comprimidos de ação lenta/prolongada: Esses comprimidos são projetados para liberar gradualmente o medicamento ao longo do tempo, garantindo uma ação prolongada.
  2. Mastigáveis: Comprimidos mastigáveis são projetados para serem mastigados e dissolvidos na boca, onde liberam o medicamento. Eles geralmente são usados para medicamentos que exercem seu efeito terapêutico na mucosa oral.
  3. Efervescentes: Comprimidos efervescentes são projetados para se dissolverem rapidamente na água, liberando o medicamento e gerando um efeito efervescente.
  4. Revestidos entéricos: Comprimidos revestidos entéricos são projetados para resistir à ação da secreção gástrica e serem liberados apenas no intestino.
  5. Sublinguais: Comprimidos sublinguais são projetados para serem colocados sob a língua, onde são rapidamente absorvidos pelo organismo.

Além desses tipos, existem também comprimidos revestidos por películas, que visam proteger o medicamento e modificar a taxa de liberação do princípio ativo.

É importante lembrar que a escolha do tipo de comprimido deve ser feita com base nas características do medicamento e nas necessidades específicas do paciente.

Como é feito o processo de compressão de comprimidos?

O processo de compressão de comprimidos envolve várias etapas e fatores que influenciam a qualidade do produto final. Algumas das principais etapas e aspectos a serem considerados incluem:

  1. Desagregação do comprimido: Esta etapa é influenciada pela solubilidade do fármaco, a força de compressão aplicada e a porosidade do comprimido;
  2. Optimização de parâmetros: Para contornar problemas relacionados à compressão direta, é necessário otimizar diversos parâmetros, como faixa granulométrica apropriada (tamanho e forma das partículas), emprego de adjuvantes (aglutinantes, reguladores de fluxo, desintegrantes) e/ou utilização de dispositivos mecânicos (intensidade e tempo de aplicação da força de compressão);
  3. Máquina de compressão: A compressão é realizada em uma máquina de compressão, que pode ser excêntrica ou não. O procedimento de compressão em uma máquina de compressão excêntrica se resume a seis fases principais: alimentação (a matriz é preenchida mediante fluxo pelo complexo farmacêutico); compressão (a força é aplicada ao complexo farmacêutico); e outros passos relacionados à remoção do comprimido e preparação para a próxima compressão;
  4. Condições ambientais: As condições ambientais também afetam as características dos comprimidos, como a taxa de compressão e a umidade;
  5. Velocidade de compressão: A maioria dos comprimidos farmacêuticos não são produzidos na velocidade de compressão máxima, pois não é possível produzir comprimidos de qualidade aceitável em altas velocidades de rotação. Defeitos como clivagem e aderência podem ocorrer;
  6. Avaliação de qualidade: Antes de um lote industrial de comprimidos ser libertado para o mercado, ele deve ser submetido a ensaios de dissolução e outros testes para garantir a qualidade e eficácia do medicamento;

Durante o processo de compressão, é importante monitorar e ajustar os parâmetros de processo e as condições ambientais para garantir a produção de comprimidos com características adequadas, como peso, dureza e tempo de desintegração.

Quais são as substâncias utilizadas para revestir comprimidos?

As substâncias utilizadas para revestir comprimidos são conhecidas como excipientes e têm como objetivo facilitar a ingestão, melhorar a aparência e atuar como um protetor da substância ativa do medicamento. Alguns exemplos de excipientes encontrados em comprimidos incluem:

  1. Lactose mono-hidratada: Utilizada em medicamentos como o Actifed®, que contém cloridrato de pseudoefedrina e cloridrato de triprolidina;
  2. Loratadina: Substância ativa presente nos comprimidos Claritine® 10mg, que alivia os sintomas alérgicos como espirros, corrimento nasal, nariz entupido e comichão;

Além dessas substâncias, os comprimidos também podem conter outros excipientes, como diluentes, dissecantes, agentes de cor e aromatizantes, para melhorar a aparência e a aceitabilidade do medicamento pelo paciente.

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