Qual a diferença entre consumo e consumismo?

A diferença entre consumo e consumismo está nos motivos e no comportamento das compras:

  • Consumo: está relacionado à necessidade ou à sobrevivência, envolvendo aquisição de produtos e serviços indispensáveis à vida e ao bem-estar, como alimentação, roupas e habitação. O consumo é parte da vida cotidiana e é identificado como uma atividade essencial à subsistência humana.

  • Consumismo: é caracterizado pela acumulação de bens que extrapolam a necessidade de subsistência, envolvendo a aquisição de produtos supérfluos e de luxo, muitas vezes motivado por impulso e desejo. O consumismo está vinculado ao gasto em produtos sem utilidade imediata e é considerado um padrão de comportamento social que compreende a aquisição de bens como forma de diferenciação social e prazer.

É importante diferenciar consumo e consumismo para fazer compras mais conscientes e evitar gastos excessivos que podem afetar a saúde financeira e emocional. O consumismo pode levar a um ciclo vicioso de compra e posse de bens, muitas vezes influenciado por padrões de comportamento e valores sociais.

Consumo Consumismo
O ato de compra está ligado à necessidade, à sobrevivência e ao bem-estar, como água, comida e energia. O consumismo representa uma parcela significativa da vida e dos pensamentos da pessoa, afetando sua saúde emocional, social e financeira.
O consumo é uma atividade natural e necessária para a vida, envolvendo a aquisição de bens e serviços para uso próprio ou da família. O consumismo é uma prática de consumir em excesso, muitas vezes ligada à ansiedade e à satisfação, podendo levar a compulsão e a perdas em termos de relacionamento interpessoal e qualidade de vida.

O que é consumo para Bauman?

O consumo, no contexto de Zygmunt Bauman, é analisado como uma característica marcante da sociedade contemporânea, onde as pessoas são gradualmente transformadas em mercadorias e a conduta consumista impacta diversos aspectos da vida social, como política, democracia, comunidades e parcerias.

Bauman argumenta que, na sociedade atual, o consumo é uma busca insaciável e que quem não compra carece de dignidade. Tudo passa a ser adquirido rapidamente, e o mundo consumista torna tudo volúvel.

Quem não consegue consumir é excluído, e o neoliberalismo apregoa o Estado mínimo, que não deve dar atenção assistencial aos excluídos do mundo do consumo.

Nesse contexto, o pensamento de Bauman ajuda a compreender a sociedade contemporânea e as implicações do consumismo, destacando a importância da sociologia para a compreensão dos tempos atuais.

Qual a diferença entre sociedade de consumo e sociedade do consumo?

A diferença entre sociedade de consumo e sociedade do consumo está relacionada ao grau de envolvimento dos indivíduos com o consumo de bens e serviços e à forma como isso afeta a vida e a identidade das pessoas.

  1. Sociedade de consumo: Numa sociedade de consumo, as pessoas adquirem bens e serviços com base em necessidades e desejos, e o consumo está relacionado à sobrevivência, bem-estar e identidadeO consumo é utilizado para sanar necessidades essenciais ou garantir conforto e qualidade de vidaA sociedade de consumo é caracterizada pelo aumento do consumo, que resulta em lucro ao comércio e às grandes empresas, gerando mais empregos e aumentando a renda;
  2. Sociedade do consumo: Já na sociedade do consumo, o consumismo está presente e afeta a saúde emocional, social e financeira das pessoasO consumismo é compreendido como um impulso destinado à aquisição de bens, sobretudo supérfluos, artigos de luxo e de pouca utilidadeNuma sociedade do consumo, o indivíduo passa a identificar-se através do seu padrão de consumo, e os produtos perdem sua relação com a necessidade para atuarem como objetos de desejo;

Em resumo, a principal diferença entre sociedade de consumo e sociedade do consumo está no grau de envolvimento dos indivíduos com o consumo e na forma como isso afeta a vida e a identidade das pessoas.

Na sociedade de consumo, o consumo está relacionado às necessidades e ao bem-estar, enquanto na sociedade do consumo, o consumismo afeta a saúde emocional, social e financeira das pessoas, e os bens perdem sua relação com a necessidade, tornando-se objetos de desejo.

Como o autor explica o consumismo na contemporaneidade?

O consumismo na contemporaneidade é um tema complexo e multifacetado, sendo analisado por diversos autores e pesquisadores. Algumas das principais ideias sobre o consumismo incluem:

  1. Gozo, desejo e frustração: O consumo contemporâneo é ligado ao gozo, ao desejo e à frustração, sendo uma tentativa de reproduzir um estado irrecuperável de completudeO consumismo é uma forma de tentar tamponar a falta estrutural do sujeito, e o ser humano busca cada vez mais se definir pelo que possui;
  2. Liberdade de escolha: A liberdade do consumidor em fazer escolhas sobre a autoidentificação pelo uso dos objetos de consumo é questionada, pois essa liberdade não é possível sem os objetos que o mercado oferece;
  3. Consumo como identidade: Muitos autores afirmam que o consumo está vinculado à descoberta e expressão da identidade, ao marcador social, à transferência de significados para os artefatos de acordo com cada cultura e aos possíveis motivos que podem levar o indivíduo a consumir;
  4. Publicidade e obsessão pelo ato de comprar: Alguns estudiosos apontam a importância da publicidade na construção da obsessão pelo ato de comprarOutros autores destacam a vinculação histórica da possibilidade de compra à vida boa, riqueza e saúde;
  5. Consumismo como doença: Quando o ato de comprar está vinculado diretamente à ansiedade e à satisfação, podemos dizer que se trata de uma compulsão, e em alguns casos, isso pode representar grandes perdas em termos de saúde e bem-estar;

Em resumo, o consumismo na contemporaneidade é um fenômeno complexo e multifacetado, envolvendo aspectos como gozo, desejo, frustração, identidade, publicidade e obsessão pelo ato de comprar.

O autor Bauman (2001) destaca que o consumismo não está mais direcionado à satisfação de necessidades, mas sim a algo mais forte, volátil e evasivo.

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