Qual a diferença entre icterícia fisiológica e patológica?

A icterícia é um amarelamento da pele e de alguns órgãos, resultado do acúmulo de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é uma substância pigmentada produzida pela destruição de glóbulos vermelhos velhos ou defeituosos do sangue. A icterícia pode ser classificada em fisiológica e patológica:

  • Icterícia fisiológica: Surge cerca de 48 a 72 horas após o nascimento do bebê, dura em média sete dias e geralmente é benigna e reversível. Pode ser desencadeada por problemas na circulação hepática, deficiências na captação, excreção e conjugação da bilirrubina ou aumento da produção dessa substância. A icterícia fisiológica é considerada normal e ocorre em mais da metade dos recém-nascidos, sendo mais comum em prematuros e crianças de ascendência asiática.

  • Icterícia patológica: Diferentemente da icterícia fisiológica, surge até 24 horas após o nascimento e é desencadeada por anormalidades hepáticas, biliares ou metabólicas, infecções e incompatibilidade no sistema ABO e Fator Rh. A icterícia patológica pode ser associada a doenças hemolíticas, como a deficiência de G6PD, e requer tratamento específico.

Os tratamentos para a icterícia neonatal incluem a fototerapia, que consiste na utilização de luz (comumente azul ou verde) para a fotoisomerização da bilirrubina, tornando-a hidrossolúvel. Em casos mais graves, pode ser necessário associar a fototerapia com exsanguineotransfusão (EST) ou cirurgias.

Icterícia Fisiológica Icterícia Patológica
Ocorre cerca de 48 a 72 horas após o nascimento Ocorre até 24 horas após o nascimento
Geralmente benigna e reversível Desencadeada por anormalidades hepáticas, biliares ou metabólicas, infecções e incompatibilidade no sistema ABO e Fator Rh
Pode ser desencadeada por problemas na circulação hepática, deficiências na captação, excreção e conjugação da bilirrubina ou aumento da produção dessa substância Outros tipos de icterícia incluem:- Icterícia do leite materno: ocorre em bebês amamentados, devido à baixa ingestão de calorias ou desidratação- Icterícia de hemólise: ocorre devido a doença hemolítica do recém-nascido, quando apresenta elevada contagem de células vermelhas no sangue

Quais são as causas da icterícia patológica?

A icterícia patológica é uma coloração amarela da pele e/ou olhos, causada por um aumento da bilirrubina na corrente sanguínea. As principais causas de icterícia patológica em recém-nascidos incluem:

  1. Incompatibilidade entre o sangue do recém-nascido e da mãe: Isso pode levar a uma decomposição excessiva de glóbulos vermelhos e, consequentemente, a um aumento dos níveis de bilirrubina;
  2. Infeções graves: Infecções em recém-nascidos podem causar icterícia patológica;
  3. Anormalidades hepáticas, biliares ou metabólicas: Essas condições podem levar a um aumento dos níveis de bilirrubina no sangue do recém-nascido;
  4. Icterícia do leite materno: Acredita-se que essa icterícia ocorra devido à presença elevada da enzima beta- que torna a bilirrubina reabsorvível. No entanto, as causas dessa icterícia ainda são bastante discutidas;
  5. Icterícia associada à amamentação: Esse tipo de icterícia surge em consequência do aumento da reabsorção intestinal da bilirrubina;

Se a icterícia persistir além de duas semanas de idade, é importante que os recém-nascidos sejam avaliados por um médico para detectar outras causas de hiperbilirrubinemia além da icterícia.

O tratamento da icterícia patológica depende da causa específica e pode incluir fototerapia e, às vezes, exsanguineotransfusão.

Como é feito o diagnóstico da icterícia fisiológica e patológica?

A icterícia fisiológica e patológica são condições caracterizadas por um aumento dos níveis de bilirrubina no sangue, resultando em uma coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas. O diagnóstico das duas condições envolve algumas etapas:

  1. Visualização da coloração amarelada: O diagnóstico da icterícia neonatal pode ser dado pela visualização amarelada da pele do recém-nascido. No entanto, apenas é possível visualizar essa coloração quando a bilirrubina está acima de 2 mg/dL;
  2. Monitoramento dos níveis de bilirrubina: A icterícia fisiológica ocorre após as 24 horas de vida, com predomínio de bilirrubina indireta e aumento dos níveis de bilirrubinaA icterícia patológica, por outro lado, pode ser causada por diversas condições, como hepatite, doenças hemolíticas, coleções sanguíneas causadas por tocotraumatismo e policitemia;
  3. Avaliação da função hepática e testes de função thyroidiana: Em alguns casos, é necessário realizar testes adicionais, como testes de função hepática (TGO e TGP) e dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (teste do pezinho);
  4. Diagnóstico diferencial: É importante diferenciar a icterícia fisiológica da icterícia patológica, bem como outras condições que possam causar icterícia, como a icterícia por baixo aporte de leite e a icterícia pelo leite humano;

O tratamento padrão-ouro para a icterícia neonatal é a fototerapia. No entanto, o tratamento adequado depende da causa subjacente e da gravidade da condição. É fundamental monitorar e tratar adequadamente os recém-nascidos com icterícia para prevenir danos neurológicos.

Veja os posts a seguir:

Quais são os sintomas da icterícia patológica?

A icterícia patológica é caracterizada pela presença de uma cor amarelada na pele, nas membranas mucosas ou nos olhos, devido a um aumento dos níveis de bilirrubina no sangue.

Os sintomas da icterícia patológica podem variar de acordo com a causa subjacente, mas alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Astenia;
  • Hiporexia (perda de apetite);
  • Náuseas;
  • Perda de peso;
  • Vômitos;

Em alguns casos, a icterícia pode ser acompanhada por outros sintomas, como dor abdominal e sensibilidade intensas, alterações no funcionamento mental, como sonolência, agitação ou confusão, sangue nas fezes ou fezes negras, sangue no vômito e febre.

É importante notar que a presença de icterícia patológica é um sinal de que há uma doença subjacente que precisa ser identificada e tratada.

A investigação inclui exames laboratoriais e de imagem, como ultrassonografia, para avaliar o funcionamento do fígado e identificar possíveis causas.