Qual a diferença entre irradiação e contaminação?
A diferença entre irradiação e contaminação radioativa está relacionada à exposição e absorção de material radioativo.
Irradiação: Refere-se à exposição à radiação ionizante, como raios X, gama e partículas alfa e beta. A irradiação pode ser natural, como a radiação cósmica, ou artificial, como a utilizada em equipamentos médicos e industriais. Durante a irradiação, a radiação atravessa o material, mas não é absorvida pelo mesmo.
Contaminação radioativa: Ocorre quando um material radioativo é absorvido pelo corpo de um indivíduo, geralmente na forma de líquido ou poeira. A contaminação pode ser externa, quando o material radioativo fica retido na pele ou roupas, ou interna, quando o material radioativo entra no corpo por ingestão, inalação ou através de lesões na pele. Uma pessoa contaminada também pode irradiar outros indivíduos, já que o material radioativo presente nela continua emitindo radiações.
Em resumo, a irradiação envolve a exposição à radiação ionizante, enquanto a contaminação radioativa ocorre quando um material radioativo é absorvido pelo corpo de um indivíduo.
| Irradiação | Contaminação Radioativa |
|---|---|
| Exposição a radiação, pode ocorrer a alguma distância sem necessidade de contato | Presença de material radioativo em local indesejado, pode ser interna (dentro do corpo) ou externa (na pele ou roupas) |
| Pessoa ou objeto irradiado não guarda propriedades radioativas que possam ser transmitidas a outras pessoas | Contaminação interna é mais difícil de ser removida e pode representar risco significativo à saúde |
| Exemplo: tratamento radioterápico, onde o tumor é exposto a feixes colimados de radiação | Exemplo: acidente nuclear, como o acidente com césio-137 em Goiânia, onde as vítimas apresentaram contaminação externa e/ou interna |
Quais são os tipos de contaminação radioativa?
A contaminação radioativa ocorre quando um material radioativo é absorvido pelo corpo de um indivíduo. Existem dois tipos principais de contaminação radioativa:
- Contaminação externa: Ocorre quando o material radioativo entra em contato com a pele, o cabelo ou as roupas de uma pessoaA radiação alfa, por exemplo, não consegue penetrar a pele humana, mas pode causar danos à saúde se ingerida ou inalada;
- Contaminação interna: Pode ocorrer quando o material radioativo é engolido, inalado ou entra no corpo através de uma ferida abertaDiferentes materiais radioativos podem se acumular em diferentes órgãos do corpo, como o césio-137, que se acumula nos músculos e ossos, e o estrôncio-90, que se acumula nos ossos;
A exposição à radiação é outro termo relacionado, mas não é sinônimo de contaminação radioativa.
A exposição à radiação ocorre quando uma pessoa é exposta a certos tipos de radiação, como durante uma radiografia, mas não necessariamente contaminada pelo material radioativo.
Como a irradiação afeta a saúde humana?
A irradiação é um processo que utiliza radiação ionizante para tratar alimentos e eliminar microorganismos que os deteriorariam. A irradiação de alimentos é permitida no Brasil por meio da Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001.
Essa tecnologia não deixa resíduos radioativos nos alimentos processados. A exposição à radiação ionizante pode afetar a saúde humana de diferentes maneiras. Os efeitos da radiação no corpo humano podem ser classificados em agudos e crônicos.
Os efeitos agudos incluem:
- Náuseas;
- Fraqueza;
- Perda de cabelo;
- Queimaduras na pele ou diminuição da função orgânica;
Os efeitos crônicos da radiação estão relacionados ao surgimento de câncer em diferentes órgãos. O tipo e a severidade desses cânceres dependem do tipo de radiação e também da exposição sofrida.
No entanto, a irradiação de alimentos é considerada segura para o consumo, e nenhum efeito adverso é observado na qualidade nutricional quando são empregadas doses adequadas.
A legislação exige que os alimentos irradiados tenham rótulo informando sobre essa condição, para que o consumidor possa optar entre os produtos.
É importante ressaltar que a irradiação de alimentos é apenas uma das várias fontes de radiação ionizante a que a população está exposta. Outras fontes incluem raios-x, tomografias, radiografias, mamografias e exames de densitometria óssea.
Além disso, a população convive com ondas eletromagnéticas das mais variadas freqüências, como as de rádio, WIFI, telefonia móvel, radiação infravermelha, entre outras. A gravidade dos efeitos à saúde é diretamente proporcional à energia das ondas.
Aprenda mais:
Quais são as principais fontes de contaminação radioativa?
As principais fontes de contaminação radioativa no Brasil são relacionadas a acidentes envolvendo fontes radioativas.
Um dos casos mais conhecidos é o acidente com o césio-137 em Goiânia, em 1987, quando uma fonte radioativa de césio-137, utilizada em aplicações médicas, foi abandonada e depois rompida a marteladas num ferro-velho.
Esse acidente gerou 3.500 m³ de lixo radioativo, que foi acondicionado em contêineres concretados e depositado em um repositório definitivo na cidade de Abadia de Goiás, a 23 km de Goiânia.
Além do acidente com o césio-137, outras fontes de contaminação radioativa incluem:
- Acidentes nucleares: Embora o Brasil não tenha experimentado acidentes nucleares em usinas, o acidente de Goiânia é considerado o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares;
- Lixo radioativo: O acidente de Goiânia gerou lixo radioativo que foi depositado em um repositório definitivo na cidade de Abadia de Goiás;
- Exposição à radiação: As pessoas que tiveram contato com o material radioativo apresentaram sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, tonturas e lesões cutâneas;
É importante ressaltar que a contaminação radioativa pode ocorrer por diferentes vias, como contato físico entre as pessoas que manusearam a fonte radioativa, ventos e chuvas.
Além disso, a movimentação de pessoas e animais também pode contribuir para a disseminação da contaminação radioativa.