Qual a diferença entre polissemia e ambiguidade?

A polissemia e a ambiguidade são fenômenos linguísticos relacionados ao significado das palavras, mas possuem diferenças importantes:

  • Polissemia: Refere-se a um termo que possui mais de um sentido, dependendo do contexto em que é empregado. Por exemplo, a palavra "língua" pode significar um órgão ou um idioma, de acordo com o contexto em que é usada. A polissemia é considerada correta e não gera problemas na compreensão da sentença.

  • Ambiguidade: Ocorre quando um termo apresenta duplo sentido, dificultando o entendimento do enunciado. A ambiguidade geralmente é considerada um erro de linguagem, pois pode causar confusão na compreensão da mensagem.

Em resumo, a principal diferença entre polissemia e ambiguidade está no fato de que a polissemia envolve termos com múltiplos sentidos, independentemente do contexto, enquanto a ambiguidade ocorre quando o duplo sentido de uma palavra dificulta o entendimento de um enunciado.

Polissemia Ambiguidade
Um termo possui mais de um sentido, dependendo do contexto de enunciação. O duplo sentido dificulta o entendimento do enunciado.
Exemplo: a palavra "língua" pode significar um órgão ou um idioma, de acordo com o contexto em que é empregada. Exemplo: "Jenival cortou a mangueira" pode causar confusão, pois não está claro se ele cortou uma mangueira de regar plantas ou uma mangueira de brinquedo para as crianças.
Não é considerada um vício de linguagem. É considerada um vício de linguagem.

Exemplos de palavras que apresentam polissemia?

A polissemia é um fenômeno linguístico em que uma mesma palavra ou expressão apresenta dois ou mais sentidos. Alguns exemplos de palavras polissêmicas em português do Brasil incluem:

  1. Vela: pode significar o ato de velar ou a vela de acender;
  2. Boca: pode se referir à boca do corpo humano ou ao termo vulgar para a genitália feminina;
  3. Letra: pode significar "letra de música", "grafia" ou "letra do alfabeto";
  4. Banco: pode significar "agência bancária", o lugar onde sentamos em uma praça ou o ato de pagar algo;
  5. Dama: pode se referir a uma mulher adulta ou a uma carta do baralho;
  6. Crista: pode significar "parte carnosa que sobressai na cabeça de algumas aves" ou "parte superior de uma onda";
  7. Estreito: pode significar "ajustado" ou "faixas de água que unem dois corpos de água";

É importante notar que a polissemia não deve ser confundida com a homonímia, que ocorre quando duas ou mais palavras compartilham a mesma pronúncia e/ou grafia, mas têm significados diferentes.

Já a ambiguidade se refere a um vocábulo que, por apresentar duplo sentido, causa dificuldade na compreensão de um enunciado.

Quer saber mais? Veja:

Como a ambiguidade pode dificultar o entendimento de um enunciado?

A ambiguidade ocorre na língua quando um enunciado é estruturado de maneira a gerar mais de uma interpretação possível, dificultando o entendimento e gerando ruídos de comunicação.

A ambiguidade pode ser considerada um desvio linguístico ou um recurso estilístico, dependendo da intenção do enunciador. Algumas características que contribuem para a ambiguidade incluem:

  1. Uso indevido do pronome possessivo: A ambiguidade pode ocorrer quando os pronomes possessivos são usados de forma incorreta, gerando confusão sobre a posse de um objeto ou ideia;
  2. Colocação inadequada de palavras: A colocação incorreta de palavras em um enunciado pode levar a diferentes interpretações, causando ambiguidade;
  3. Falha na organização das ideias: Quando as ideias não estão claramente organizadas em um texto, isso pode gerar ambiguidade e dificultar o entendimento;
  4. Sintaxe inadequada: A ambiguidade também pode ocorrer devido a erros de sintaxe, como a colocação incorreta de palavras ou a ausência de elementos gramaticais necessários;
  5. Conjunção "que": A conjunção "que" pode ser fonte de ambiguidade quando usada de forma incorreta ou ambígua em um enunciado;

A ambiguidade é vista como um vício de linguagem e deve ser evitada em textos jornalísticos, acadêmicos e comunicações informais, pois causa problemas na interpretação das informações.

No entanto, quando usada intencionalmente em linguagem poética, publicitária, cartuns, histórias em quadrinhos e anedotas, a ambiguidade pode ser considerada um recurso estilístico.

Como a polissemia pode ser resolvida pelo contexto de enunciação?

A polissemia é um fenômeno linguístico caracterizado pela existência de um termo que apresenta mais de um sentido, dependendo do contexto de enunciação para ser interpretado corretamente.

Para resolver a polissemia através do contexto de enunciação, é importante considerar os seguintes aspectos:

  1. Análise do contexto: Ao analisar o contexto em que a palavra polissêmica é usada, é possível identificar qual sentido está sendo utilizado e, portanto, evitar ambiguidades;
  2. Conhecimento dos significados: Ter conhecimento dos diferentes significados de uma palavra polissêmica ajuda a identificar qual sentido está sendo utilizado no contexto de enunciação;
  3. Diferenciação entre polissemia e homonímia: A polissemia deve ser diferenciada da homonímia, que ocorre quando palavras têm a mesma pronúncia e/ou grafia, mas significados diferentes;
  4. Análise gramatical: A análise gramatical das palavras pode ajudar a identificar o sentido correto de uma palavra polissêmica no contexto de enunciação;
  5. Pratica e familiaridade com o idioma: A prática na leitura e interpretação de textos, bem como a familiaridade com o idioma, podem ajudar a melhorar a compreensão e resolução da polissemia através do contexto de enunciação;

Ao considerar esses aspectos, é possível resolver a polissemia através do contexto de enunciação, evitando ambiguidades e compreendendo corretamente o sentido da palavra polissêmica no texto.