Qual a diferença entre surdo e deficiente auditivo?

A diferença entre surdo e deficiente auditivo pode ser vista de dois pontos de vista: clínico e social/cultural.

Do ponto de vista clínico, a diferença entre surdez e deficiência auditiva está relacionada à profundidade da perda auditiva. As pessoas que têm perda profunda e não escutam nada são consideradas surdas, enquanto aquelas que sofreram uma perda leve ou moderada e têm parte da audição são consideradas deficientes auditivas.

No entanto, do ponto de vista social e cultural, a diferença entre surdo e deficiente auditivo está relacionada à participação na comunidade surda. As pessoas que fazem parte da comunidade se identificam como surdas, enquanto aquelas que não pertencem a ela são chamadas de deficientes auditivas. Nesse caso, a profundidade da perda auditiva não tem tanta importância, já que a identidade surda é o que define a questão.

É importante respeitar as preferências das pessoas em relação ao termo que desejam ser usado para se descrever. Alguns podem preferir ser chamados de surdos, enquanto outros podem se identificar como deficientes auditivos. Na dúvida, é recomendável perguntar à pessoa qual termo ela prefere.

Termo Descrição
Surdo Pessoa com perda auditiva profunda, que não escuta nada.
Deficiente Auditivo Pessoa que sofreu uma perda auditiva leve ou moderada, mantendo parte da audição.

Quais são os tipos de surdez?

A surdez pode ser classificada em diferentes tipos, de acordo com a causa e a gravidade da perda auditiva. Alguns dos tipos de surdez mais comuns incluem:

  1. Surdez de condução ou transmissão: Esta surdez é causada por problemas no ouvido externo e médio. Muitas vezes, ela pode ser tratada com medicamentos ou intervenções médicas;
  2. Surdez neurossensorial: É a perda auditiva mais comum e ocorre quando os órgãos da audição, como a cóclea, são danificados. Essa surdez pode ser causada por fatores genéticos, complicações no nascimento, infecções, exposição a barulhos intensos e envelhecimento;
  3. Surdez mista: É uma combinação de surdez de condução e neurossensorial, onde tanto os órgãos da audição quanto o sistema de condução do som estão envolvidos;

A gravidade da surdez também pode variar, sendo classificada como leve, moderada, grave, severa ou profunda, dependendo do nível de entendimento linguístico e da capacidade de ouvir diferentes sons.

É importante ressaltar que a surdez não é incapacitante, e as pessoas surdas e/ou deficientes auditivas são capazes de realizar atividades cotidianas e se comunicar de maneira eficiente, muitas vezes usando a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Como é feito o diagnóstico de deficiência auditiva?

O diagnóstico de deficiência auditiva no Brasil envolve etapas importantes para identificar a causa e determinar o melhor tratamento. Os principais passos são:

  1. Histórico clínico: O fonoaudiólogo fará perguntas sobre sua saúde e audição para compreender sua situação;
  2. Exame físico: O especialista verificará as orelhas externas e médias para identificar possíveis causas de perda auditiva, como cerume, otite ou outras obstruções;
  3. Audiometria: É um exame que avalia a capacidade de ouvir sons e frequências em diferentes níveis de intensidade;
  4. Identificação da causa: Dependendo dos resultados dos exames, o fonoaudiólogo pode solicitar exames adicionais, como exame oftalmológico ou eletrocardiograma (ECG), para identificar possíveis causas genéticas ou outras condições relacionadas à perda auditiva;
  5. Classificação da perda auditiva: A perda auditiva pode ser classificada como condutiva (causada por problemas na orelha externa ou média) ou neurossensorial (causada por problemas na cóclea, no nervo auditivo ou nas vias de processamento auditivo);
  6. Tratamento: Dependendo da causa e da classificação da perda auditiva, o tratamento pode incluir cirurgia, medicamentos, próteses auditivas, implantes cocleares ou terapia auditiva;

É importante realizar o diagnóstico e o tratamento precoces, pois a perda auditiva pode afetar a qualidade de vida, a comunicação e o bem-estar emocional das pessoas.

Além disso, o uso de aparelhos auditivos pode ajudar a melhorar a audição e a conexão com o mundo ao seu redor.

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Quais são as principais dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência auditiva?

As principais dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência auditiva no Brasil incluem:

  1. Comunicação: A principal dificuldade dos surdos é a comunicação, sendo crucial para o desenvolvimento humano como ser social e intelectual;
  2. Educação e alfabetização: A taxa de alfabetização das pessoas com deficiência auditiva é bem menor que a das pessoas sem deficiência. A educação é comprometida, e isso afeta outras situações, como conseguir um emprego;
  3. Mercado de trabalho: Os surdos enfrentam dificuldades no mercado de trabalho devido ao despreparo de recrutadores e gestores em um ambiente de trabalho que não é acessívelA Lei de Cotas para Deficientes tem proporcionado resultados, mas esse cenário precisa melhorar;
  4. Area da saúde: Grande parte dos hospitais (públicos e particulares), laboratórios, clínicas e postos de saúde ainda não oferecem o padrão necessário para atender pessoas com deficiência auditiva;
  5. Acesso à internet: Somente 1% dos sites estão acessíveis para as pessoas com deficiência, o que dificulta a navegação e o uso de recursos online;
  6. Linguagem Brasileira de Sinais (Libras): As pessoas que nascem surdas possuem como primeira língua a Libras, sendo o português a segunda língua. Isso ocorre pela falta de intérpretes de Libras em muitas cidades brasileiras;

É fundamental que as escolas públicas e particulares desenvolvam projetos capazes de proporcionar melhores condições de aprendizado aos surdos, e que a educação abranga a formação profissional por meio de cursos técnicos.

Além disso, é importante que hospitais, laboratórios, clínicas e postos de saúde ofereçam atendimento adequado às pessoas com deficiência auditiva.