Qual a diferença entre apócrifos e pseudepígrafos?
A diferença entre apocrifos e pseudepígrafos está relacionada à autoria e à natureza dos textos:
Apocrifos: A palavra "apócrifo" vem do grego "Apokryphos" e significa oculto ou não autêntico. Os apocrifos são textos que foram considerados ocultos ou escondidos, pois os judeus costumavam enterrar os livros que respeitavam, mas não consideravam adequados. Eles são frutos do judaísmo do Segundo Templo e têm um caráter fragmentário e plural.
Pseudepígrafos: A palavra "pseudepígrafo" vem do grego "pseudepigraphos" e significa "escrito falso" ou "escrito espúrio". Os pseudepígrafos são textos antigos aos quais é atribuída falsa autoria. O estudo dos pseudepígrafos é conhecido como pseudepigrafia.
Em resumo, os apocrifos são textos ocultos ou não autênticos, enquanto os pseudepígrafos são textos com autoria falsa. Ambos os termos são usados para se referir a documentos do início do cristianismo e do judaísmo, mas a diferença entre eles está relacionada à autoria e à natureza dos textos.
Apocrifos | Pseudepígrafos |
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São documentos do início da era cristã que abordam a vida e os ensinamentos de Jesus, mas não foram incluídos na Bíblia Sagrada por serem considerados ilegítimos | São textos antigos aos quais é atribuída falsa autoria |
Não possuem a verdadeira doutrina de Cristo e de sua Igreja, mas têm grande valor histórico pois demonstram as correntes ideológicas (religiosas e políticas) do período | A maioria desses livros foram escritos entre 250 a.C. e 200 d.C. e geralmente alegam ser de uma grande figura do Antigo Testamento, como Moisés, Enoque ou Abraão |
São considerados apócrifos os livros que não fazem parte do cânon bíblico, mas que foram escritos entre o último livro das Malaquias e a vinda de Jesus Cristo | A palavra "pseudepígrafo" deriva-se de duas palavras gregas: pseudo (falso) e epigrafe (escrito), significando “falsos escritos” |
Quais são os livros apócrifos do antigo testamento?
Os livros apócrifos do Antigo Testamento são aqueles que foram escritos entre 200 a.C. e 400 d.C., mas não foram incluídos no cânon bíblico.
Esses livros são considerados não inspirados por Deus e não fazem parte do cânon de algumas religiões. No entanto, alguns deles são considerados canônicos por outras religiões. Aqui estão alguns exemplos de livros apócrifos do Antigo Testamento:
- Primeiro Livro de Adão e Eva;
- Apocalipse de Moisés;
- Apocalipse de Sidrac;
- Ascensão de Isaías;
- Assunção de Moisés;
- Caverna dos Tesouros;
- Epístola de Aristéas;
- Livro dos Jubileus;
- Martírio de Isaías;
- Oráculos Sibilinos;
- Prece de Manassés;
- Primeiro Livro de Enoque;
- Quarto Livro dos Macabeus;
- Apocalipse de Esdras;
- Salmo 151;
- Salmos de Salomão;
- Samuel Apócrifo;
- Segundo Livro de Adão e Eva;
- Segundo Livro de Enoque;
- Segundo Tratado do Grande Sete;
- Terceiro Livro de Enoque;
- Terceiro Livro dos Macabeus;
- Testamento de Abraão;
- Testamento dos Doze Patriarcas;
É importante notar que a consideração de um livro como apócrifo varia de acordo com a religião. Por exemplo, alguns livros considerados canônicos pelos católicos são considerados apócrifos por judeus e/ou protestantes.
Quais são os livros pseudepígrafos do antigo testamento?
Os livros pseudepígrafos do Antigo Testamento são aqueles que são considerados apócrifos, ou seja, não fazem parte do cânon bíblico oficial, mas são textos relacionados ao judaísmo e ao cristianismo primitivo. Alguns desses livros incluem:
- Primeiro Livro de Adão e Eva;
- Apocalipse de Moisés;
- Apocalipse de Sidrac;
- Ascensão de Isaías;
- Assunção de Moisés;
- Caverna dos Tesouros;
- Epístola de Aristéas;
- Livro dos Jubileus;
- Martírio de Isaías;
- Oráculos Sibilinos;
- Prece de Manassés;
- Primeiro Livro de Enoque;
- Quarto Livro dos Macabeus;
- Apocalipse de Esdras;
- Salmo 151;
- Salmos de Salomão;
- Samuel Apócrifo;
- Segundo Livro de Adão e Eva;
- Segundo Livro de Enoque;
- Segundo Tratado do Grande Sete;
- Terceiro Livro de Enoque;
- Terceiro Livro dos Macabeus;
- Testamento de Abraão;
- Testamento dos Doze Patriarcas;
Além desses, existem outros livros deuterocanônicos considerados apócrifos para judeus e protestantes, como Adições em Daniel, Adições em Ester, Baruc, Eclesiástico ou Sirácida ou Ben Sirá, Livro de Judite, Primeiro Livro de Macabeus, Samuel Apócrifo (4Q160) e Testamento de Amran (4QAm).
A literatura apócrifa e pseudepígrafa do Antigo Testamento é importante para compreender o contexto do cristianismo primitivo e do Novo Testamento, pois o cristianismo nasceu no contexto da religião judaica e foi influenciado por diversas tradições e sistemas políticos-culturais.
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Qual é a importância dos apócrifos e pseudepígrafos para a compreensão do cristianismo primitivo?
Os apócrifos e pseudepígrafos do Antigo Testamento são textos literários que surgiram no contexto do judaísmo do Segundo Templo, durante o período em que o cristianismo nasceu.
Essa literatura é fruto do judaísmo do Segundo Templo, com seu caráter fragmentário e plural, e é de suma importância para compreender o cristianismo primitivo e o contexto do Novo Testamento.
A importância dos apócrifos e pseudepígrafos para a compreensão do cristianismo primitivo e do Novo Testamento se deve aos seguintes motivos:
- Contexto histórico: O cristianismo nasceu no contexto da religião judaica, que foi influenciada por diversos sistemas político-culturais antagônicos e uma pluralidade religiosaEssa literatura reflete as tradições e crenças do judaísmo durante esse período, o que ajuda a entender o ambiente em que o cristianismo se desenvolveu.
- Tradições e crenças: A literatura apócrifa e pseudepígrafa do Antigo Testamento aborda temas e crenças que foram assimilados e desenvolvidos pelos cristãos primitivosEsses textos podem fornecer insights sobre as crenças e práticas do cristianismo primitivo que podem não estar presente no Novo Testamento.
- Interpretação do Novo Testamento: A compreensão dos apócrifos e pseudepígrafos pode ajudar a esclarecer referências e citações presentes no Novo Testamento, fornecendo uma compreensão mais aprofundada das escrituras cristãs;
Portanto, a literatura apócrifa e pseudepígrafa do Antigo Testamento é fundamental para uma compreensão adequada do cristianismo primitivo e do contexto do Novo Testamento.
Ignorar essa vasta produção literária pode levar a uma visão limitada e distorcida do cristianismo em seus primórdios.