Qual a diferença entre autismo e espectro do autismo?

A diferença entre autismo e espectro do autismo está na diversidade de sintomas e níveis que as pessoas apresentam. O termo "espectro" foi inserido ao nome do transtorno autista em 2013, justamente por conta dessa diversidade. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que compromete a interação social, a fala e o comportamento do indivíduo em diversos níveis.

Algumas características do TEA incluem:

  • Dificuldades de comunicação e socialização.
  • Comportamentos repetitivos.
  • Atraso na linguagem.

Cada indivíduo com autismo tem seu próprio conjunto de manifestações, tornando-o único dentro do espectro. As pessoas antigamente diagnosticadas com síndrome de Asperger, por exemplo, são aquelas que precisam de menos apoio e têm manifestações de autismo menos graves.

O diagnóstico precoce é muito importante, pois o tratamento ocorre com maior facilidade, ocasionando uma melhora substancial das habilidades sociais da criança autista. O tratamento envolve a atuação de diversos profissionais da saúde, como psicólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, fisioterapeutas, pedagogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e nutricionistas.

Autismo Espectro do Autismo
Apresenta sintomas mais graves e evidentes Apresenta uma ampla variedade de manifestações e graus de gravidade
Pode ser classificado em três graus, de acordo com o grau de funcionalidade e dependência do paciente Inclui diferentes tipos de autismo, como Síndrome de Asperger, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento e Transtorno Desintegrativo da Infância

Quais são os sintomas do autismo e do espectro do autismo?

Os sintomas do autismo e do espectro do autismo podem variar bastante, mas geralmente incluem dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos ou restritos. Alguns sintomas comuns incluem:

  • Retraso ou falta de atenção conjunta;
  • Retrasos no desenvolvimento do lenguagem;
  • Diferenças nas habilidades de comunicação social;
  • Comportamento hiperativo, impulsivo ou distraído;
  • Epilepsia ou transtornos convulsivos;
  • Hábitos alimentares e de sono inusuais;
  • Problemas gastrointestinais (por exemplo, estreitamento);
  • Estados de ânimo ou reações emocionais inusuais;
  • Ansiedade, estresse ou preocupação excessiva;
  • Não ter medo ou temer mais do que o normal;

É importante ressaltar que alguns sintomas podem ser comuns a outras condições e que, embora algumas pessoas sem TEA possam apresentar alguns desses sintomas, nas pessoas com TEA, essas características podem dificultar significativamente a vida.

Caso suspeite de que alguém possa ter TEA, é importante procurar a orientação de um profissional de saúde para uma avaliação mais aprofundada e diagnóstico.

Como é feito o diagnóstico do autismo e do espectro do autismo?

O diagnóstico do autismo e do espectro do autismo no Brasil é essencialmente clínico e baseado na observação direta do comportamento do paciente e de entrevistas com os pais.

Os sintomas característicos dos transtornos do espectro do autismo (TEA) estão sempre presentes antes dos 3 anos de idade, com um diagnóstico possível por volta dos 18 meses. A avaliação da criança com autismo deve incluir:

  • Histórico detalhado;
  • Avaliações de desenvolvimento;
  • Avaliações psicológicas e de comunicação abrangentes;
  • Avaliação de habilidades adaptativas, ligadas às atividades de vida diária;

Embora não haja marcadores biológicos e exames específicos para autismo, alguns exames podem ser necessários para investigar causas e doenças relacionadas, como cariótipo com pesquisa de X frágil, eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética nuclear (RNM), erros inatos do metabolismo, teste do pezinho, sorologias para sífilis, rubéola e toxoplasmose, audiometria e testes neuropsicológicos.

O diagnóstico do TEA no Brasil geralmente é feito tardiamente, pois profissionais de saúde nem sempre sabem identificá-los.

Muitos pediatras ainda não conseguem perceber os sinais de alerta quando se trata de autismo, o que faz com que o diagnóstico demore e só seja feito quando a criança tem cerca de 4 ou 5 anos de idade.

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Quais são as opções de tratamento para o autismo e o espectro do autismo?

No Brasil, as opções de tratamento para o autismo e o espectro do autismo incluem:

  1. Terapia de manejo da conduta: Envolve técnicas baseadas em evidências para ajudar a melhorar comportamentos específicos e reduzir sintomas que interferem no funcionamento diário;
  2. Terapia cognitivo-conductual: Abordagem que visa ajudar as pessoas com autismo a desenvolver habilidades sociais, de comunicação e de resolução de problemas;
  3. Intervenção precoce: A intervenção precoce é fundamental para melhorar os resultados e ajudar as crianças com autismo a desenvolver habilidades essenciais. Inclui a educação especializada e o apoio aos pais e cuidadores;
  4. Terapias educacionais e baseadas na escola: Envolvem a adaptação da estrutura da sala de aula e a melhoria dos resultados acadêmicos e sociais para as crianças com autismo;
  5. Terapia do habla e do idioma: Visa melhorar as habilidades de comunicação e interação social das pessoas com autismo;
  6. Análise comportamental aplicada (ABA): É um tratamento conductual que utiliza técnicas baseadas em evidências para ajudar a melhorar comportamentos específicos e reduzir sintomas que interferem no funcionamento diário;
  7. Enfoques socio-relacionais: Abordagens que visam melhorar as habilidades sociais e de comunicação das pessoas com autismo;

É importante lembrar que cada pessoa com autismo é única e pode responder de maneira diferente aos tratamentos. Portanto, é fundamental que as famílias e os profissionais de saúde trabalhem juntos para desenvolver um plano de tratamento personalizado.

Além disso, é essencial que as pessoas com autismo sejam diagnosticadas e recebam intervenções precoces para obter os melhores resultados possíveis.