Qual a diferença entre doença ocupacional e doença relacionada ao trabalho?
A diferença entre doença ocupacional e doença relacionada ao trabalho (ou doença do trabalho) está na relação entre a atividade profissional e a causa da doença.
Doença ocupacional: Também conhecida como doença profissional, é aquela provocada pelas características próprias da atividade que o trabalhador exerce. Por exemplo, um operário que manuseia equipamentos que emitem altos ruídos diariamente pode desenvolver problemas auditivos relacionados à sua atividade profissional.
Doença relacionada ao trabalho: Essa doença está mais relacionada ao ambiente de trabalho do que às características da atividade em si. Por exemplo, um auxiliar de escritório que passa o dia todo dentro de uma sala fechada e se incomoda com os ruídos produzidos pelos soldadores pode perder parte da audição após alguns anos de exposição contínua ao barulho.
Ambas as doenças estão relacionadas ao trabalho, mas a doença ocupacional é causada pelas características da própria atividade profissional, enquanto a doença relacionada ao trabalho é causada por condições específicas do ambiente de trabalho.
| Doença Ocupacional | Doença Relacionada ao Trabalho |
|---|---|
| Causada pelas características da atividade profissional | Causada pelas condições do ambiente de trabalho |
| Exemplo: LER (Lesão por Esforço Repetitivo) devido a movimentos repetitivos | Exemplo: Surdez devido à exposição a ruídos constantes |
| Prevenção e promoção da saúde no trabalho são fundamentais | Prevenção e promoção da saúde no trabalho são fundamentais |
Quais são as condições especiais em que o trabalho é realizado?
As condições especiais de trabalho são aquelas que expõem o profissional a agentes potencialmente nocivos à sua saúde, bem-estar ou integridade física.
Esses agentes podem ser divididos entre físicos, químicos e biológicos, e precisam estar presentes durante todo o tempo em que o indivíduo está trabalhando. Algumas características dessas condições incluem:
- Exposição contínua a agentes nocivos: A exposição deve ocorrer de maneira contínua durante todo o tempo em que o trabalhador estiver realizando suas atividades;
- Riscos físicos, químicos e biológicos: Esses riscos são divididos em três grupos: biológicos, químicos e físicos;
- Direitos diferenciados: Os trabalhadores que se encontram nessa situação recebem alguns direitos diferenciados, como um adicional em seu salário pela realização dessas atividades perigosas, bem como uma aposentadoria especial;
Para provar que atua em condições especiais de trabalho, o trabalhador precisa solicitar junto à empresa empregadora o chamado Perfil Profissiográfico, um documento que informa suas atividades profissionais e os agentes nocivos presentes no local de trabalho.
Já os trabalhadores que atuam por conta própria não têm para quem solicitar o PPP, pois não têm empregadora.
Quais são as doenças ocupacionais mais comuns?
As doenças ocupacionais mais comuns no Brasil são aquelas diretamente ligadas às condições de trabalho e ao ofício realizado pelos trabalhadores. Algumas das doenças ocupacionais mais frequentes incluem:
- LER (Lesão por Esforço Repetitivo): Essa doença é causada por movimentos repetitivos e é comum em atividades que envolvem trabalho manual e rotinas repetitivas.
- DORT (Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho): Ocorrem devido a sobrecarga e posicionamento inadequado do corpo durante o trabalho, gerando desconforto e dor nas articulações e músculos.
- Doenças pulmonares: São causadas por exposição frequente a produtos poluentes e outros irritantes, como poeira, gases e produtos químicos, podendo levar a inflamações nasais, doenças pulmonares graves e até câncer;
- Dermatose ocupacional: Alterações nas mucosas, unhas, cabelo e pele causadas ou agravadas pela atividade ocupacional ou no ambiente de trabalho, como irritações, alergias e infecções;
- Doenças do sistema osteomuscular (DORT) e do tecido conjuntivo: Envolvem problemas musculoesqueléticos, como dores nas costas, articulações e músculos, devido a atividades físicas extenuantes ou posicionamento inadequado durante o trabalho;
É importante que as empresas e os trabalhadores estejam cientes dessas doenças e adotem medidas preventivas para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável.
Saiba mais:
Como é feito o diagnóstico de doença do trabalho?
O diagnóstico de uma doença relacionada ao trabalho envolve a investigação das relações entre a saúde e o trabalho, o estabelecimento do nexo causal entre a doença e o trabalho e as ações decorrentes desse diagnóstico.
Algumas etapas do processo incluem:
- Adoecimento dos trabalhadores e sua relação com o trabalho: Identificar os sintomas e problemas de saúde relacionados à atividade laboral;
- Recursos e instrumentos para a investigação: Utilizar ferramentas e métodos adequados para analisar as condições de trabalho e a saúde dos trabalhadores;
- Estabelecimento da relação causal entre o dano ou doença e o trabalho: Com base no exame clínico e na análise das condições de trabalho, determinar se há uma conexão entre a doença e a atividade laboral;
- Ações decorrentes do diagnóstico: Após identificar a relação entre a doença e o trabalho, desenvolver um plano de assistência adequado, que pode incluir medidas de prevenção, tratamento e reabilitação;
Por exemplo, no caso da Síndrome de Burnout, o diagnóstico é feito por profissionais especialistas, como psiquiatras e psicólogos, após análise clínica do paciente.
É importante que os trabalhadores busquem ajuda médica caso suspeitem de estar sofrendo de uma doença relacionada ao trabalho, para que possam receber o apoio adequado e evitar a agravamento dos sintomas.