Qual a diferença entre lixo e resíduos sólidos?

A diferença entre lixo e resíduos sólidos está no seu uso e potencial de reutilização.

  • Lixo: É tudo aquilo que não se quer mais e é jogado fora. O lixo é composto pelos restos das atividades considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis.

  • Resíduos sólidos: São aqueles que não servem para você, mas podem ser reutilizados e reciclados por outros. Resíduos sólidos são materiais que podem ser reaproveitados e, para isso, precisam ser separados por tipo, permitindo sua destinação para outros fins.

Saber a diferença entre lixo, resíduo e rejeito (que são resíduos para os quais foram esgotadas todas as possibilidades de reutilização) proporciona uma gestão eficiente e de qualidade dos materiais descartados. A coleta seletiva é uma prática que ajuda a separar os resíduos sólidos por tipo, facilitando o processo de reciclagem e reutilização, contribuindo para a preservação do meio ambiente.

Lixo Resíduos Sólidos
É tudo aquilo que não se quer mais e joga fora. É tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado, sendo separado por tipo para destinação a outros fins.
Não possui mais utilidade. Pode ser destinado para outro uso ou consumo após o seu uso ou consumo principal.
É descartado em aterros ou lixões. É separado e enviado para cooperativas que fazem o trabalho de triagem do material.

Quais são os tipos de resíduos sólidos?

Os tipos de resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em relação à sua origem e periculosidade. A classificação baseada na origem inclui:

  1. Resíduos domiciliares: gerados nas residências, como restos de comida, embalagens e produtos de limpeza;
  2. Resíduos de limpeza urbana: resultantes da manutenção e limpeza das cidades, como entulhos e resíduos de varrição;
  3. Resíduos sólidos industriais: provenientes de processos industriais, como resíduos de materiais e produtos;
  4. Resíduos de serviços: gerados por estabelecimentos comerciais e de serviços, como embalagens e resíduos de alimentação;
  5. Resíduos hospitalares: originados de atividades médicas e de saúde, como materiais de uso único e resíduos de tratamentos;
  6. Resíduos agrícolas: resultantes de atividades agrícolas e pecuárias, como resíduos de culturas e animais;

A classificação por periculosidade consiste em:

  1. Resíduos perigosos: possuem características que podem causar danos à saúde humana e ao meio ambiente, como produtos químicos, agrotóxicos e resíduos radioativos;
  2. Resíduos não perigosos: não apresentam características perigosas, como a maioria dos resíduos domiciliares, industriais e de serviços;

A gestão adequada dos resíduos sólidos é fundamental para minimizar os impactos ambientais e à saúde pública, e envolve ações de separação, armazenamento e destinação final desses materiais.

Saiba mais:

Como é feito o gerenciamento de lixo e resíduos sólidos?

O gerenciamento de lixo e resíduos sólidos no Brasil é regulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida pela Lei 12.305 de 2010.

O objetivo do gerenciamento de resíduos sólidos é reduzir o volume, dar tratamento adequado aos resíduos gerados e conscientizar os responsáveis sobre boas práticas ambientais.

A PNRS prevê a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo a prevenção, redução, reutilização, reciclagem e destinação ambientalmente adequada. Algumas etapas do gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil são:

  1. Coleta: A coleta de resíduos é feita por meio de serviços de limpeza pública e resíduos especiais;
  2. Tratamento: Após a coleta, os resíduos são tratados de acordo com suas características, como reciclagem, compostagem, biodigestão e recuperação energética;
  3. Destinação final: Os resíduos tratados são destinados aterros sanitários ou a outras formas de disposição final, como a recuperação de materiais e energia;

A Política Nacional de Resíduos Sólidos também estabelece a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos, incluindo fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadãos e titulares de serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos.

Além disso, a PNRS determina a elaboração e execução de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) por parte dos geradores de resíduos sólidos.

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), instituído pelo Decreto 11.043 de 2022, é um instrumento importante da PNRS que apresenta estratégias, ações e metas para melhorar a gestão de resíduos sólidos no país.

O Planares prevê o encerramento de todos os lixões e o aumento da recuperação de resíduos para cerca de 50% em 20 anos.

Em resumo, o gerenciamento de lixo e resíduos sólidos no Brasil envolve a coleta, tratamento e destinação final dos resíduos, seguindo as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

A responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos e a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos são aspectos fundamentais para a implementação dessa política.

Quais são as consequências ambientais do lixo e resíduos sólidos?

As consequências ambientais do lixo e resíduos sólidos no Brasil são diversas e podem ser agrupadas em diferentes aspectos:

  1. Poluição do ar: A degradação da matéria orgânica dos resíduos produz gases como metano e dióxido de carbono, conhecidos como gases efeito estufa, que contribuem para as alterações climáticas. Além disso, a poluição do ar pode ser causada por resíduos contaminantes, como solventes, gorduras, metais pesados e ácidos, que afetam a qualidade do ar;
  2. Poluição do solo: A contaminação do solo ocorre principalmente pelo acúmulo de lixo em áreas urbanas e pelo uso indevido de adubos e outros químicos em áreas rurais. A poluição do solo pode tornar o solo inútil e infértil, além de gerar riscos à saúde dos humanos, animais e plantas;
  3. Poluição hídrica: A destinação incorreta de resíduos pode levar à poluição hídrica, especialmente quando resíduos são despejados em rios e outros corpos de água. Isso pode afetar a qualidade da água utilizada para consumo humano e causar doenças;
  4. Problemas de saúde: A má gestão de resíduos sólidos pode afetar a saúde pública, contribuindo para a propagação de doenças e a proliferação de vetores como insetos, roedores e pequenos animais;
  5. Poluição visual: A presença de lixo e resíduos sólidos em locais inadequados pode causar impactos visuais negativos, afetando a estética e a qualidade de vida das pessoas;
  6. Enchentes e alagamentos: O descarte incorreto de resíduos pode causar problemas de infraestrutura e alagamentos, especialmente quando resíduos são despejados em galerias pluviais e outros sistemas de drenagem;

Para minimizar essas consequências, é necessário melhorar a gestão de resíduos sólidos no Brasil, promover a educação ambiental e investir em infraestrutura adequada para a coleta, tratamento e disposição final dos resíduos.