Qual a diferença entre Obaluaiê e Omulu?

Obaluaê e Omulu são orixás da mitologia iorubá, e embora possam ser confundidos, eles têm características distintas:

  • Obaluaê: Também conhecido como Rei da Terra, Obaluaê é filho de Nanã e é associado às doenças e castigos sociais, pois ataca comunidades inteiras. Na Umbanda, o culto é feito a Obaluaiê, que se desdobra com o nome de Omulu. Obaluaê é considerado um orixá sombrio, severo e terrível, mas também pode ser bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores através de gestos humildes, honestos e leais.

  • Omulu: Enquanto Obaluaê é expansivo e irradiador, Omulu estanca, estabiliza e paralisa energias. Omulu é associado às passagens de um nível evolutivo para outro, atuando no polo positivo do Trono da Evolução. Pierre Verger define os filhos de Omulu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas, podendo até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários.

Em termos mais estritos, Obaluaê seria a forma mais jovem do orixá Xapanã, enquanto Omulu a sua forma velha. Ambos os orixás têm raízes na civilização iorubá e são cultuados tanto no Candomblé quanto na Umbanda.

Obaluaie Omulu
Rei e Senhor do elemento terra, da matéria ou do mundo material. Orixá masculino assentado no polo negativo do Trono da Geração, atuando no desligamento do espírito à matéria e na condução desse mesmo para as zonas da vida mundos, esferas e etc) da qual tenha merecimento.
Atua na redução do corpo plasmático do espírito para que se tenha afinidade e se conecte. Atua no desencarne do ser humano.
Expansivo, irradiador, transmutador. Estanca, estabiliza, paralisa energias.
Omulu atua nos seres humanos pelo chacra básico, enquanto Obaluaie está presente pelo chacra esplênico.

Quais são os campos de atuação de omolu e obaluaê?

Omolu e Obaluaê são orixás da mitologia iorubá, tendo campos de atuação relacionados à cura, doenças e equilíbrio na criação divina.

Omolu é associado ao poder de dominar os territórios da cura e da doença, sendo comumente associado às imagens de São Roque e São Lázaro no Brasil.

Ele é reconhecido por seu papel na cura e na proteção contra doenças, como a varíola e outras doenças de pele. Além disso, Omolu é responsável por encaminhar os seres após a passagem, levando-os até o destino.

Obaluaê, também conhecido como Xapanã, atua na evolução e é responsável pelo equilíbrio na criação divina. Ele é considerado o guardião da vida e possui um magnetismo absorvedor de toda energia e sentimento desequilibrado.

Obaluaê tem domínio sobre os mortos, e seu campo de atuação é o cemitério.

Ambos os orixás têm papel importante nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé, e são frequentemente invocados em rituais e cerimônias relacionadas à cura, proteção e equilíbrio na vida.

Leia mais:

Como os terreiros mais tradicionais diferem na relação com omolu e obaluaê?

Os terreiros mais tradicionais no Brasil têm diferenças em relação às divindades Omolú e Obaluaê. Omolú é associado à Terra e às doenças epidémicas, sendo considerado o "Rei Dono da Terra" e responsável pela manutenção da vida.

Obaluaê, por outro lado, guarda os segredos da morte e do renascimento, e é relacionado às doenças contagiosas.

A relação entre Omolú e Obaluaê se deve ao fato de que Omolú é a Terra, que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida, enquanto Obaluaê está relacionado à morte e ao renascimento.

Essa relação pode ser vista nos terreiros tradicionais, onde os segredos de Obaluaê são compartilhados apenas entre os iniciados.

No entanto, os resultados da pesquisa não fornecem informações detalhadas sobre como essas divindades são tratadas ou veneradas em diferentes terreiros tradicionais no Brasil.

É importante ressaltar que cada terreiro possui suas próprias características e práticas, o que pode levar a variações na forma como Omolú e Obaluaê são abordados e celebrados.

Qual é a origem de omolu e obaluaê na umbanda?

Omolu e Obaluaê são orixás da mitologia iorubá associados à cura, doenças, respeito aos mais velhos, terra e morte.

A origem de Omolu remonta às tradições africanas, sendo venerado como um orixá ancestral associado à terra, cura e proteção contra doenças. Omolu é filho dos orixás Nanã e Oxalá e irmão de Oxumaré.

Obaluaê, por outro lado, é considerado o jovem senhor da evolução dos seres e está relacionado ao trono da Evolução. Ele nasceu com varíola e seu corpo era completamente malformado, coberto de feridas e chagas.

Devido à sua infância de abandono e vida escondendo suas chagas atrás das palhas, Obaluaê tornou-se um orixá muito sério, taciturno e compenetrado.

Em muitas casas de Umbanda, Obaluaê e Omolu são considerados o mesmo orixá, principalmente devido aos estudos de Rubens Saraceni e à Umbanda Sagrada.

No entanto, também é comum separá-los, com Obaluaê relacionado ao trono da Evolução e Omolu ao trono da Geração. No Brasil, Omolu é comumente associado às imagens de São Roque e São Lázaro.

São Roque é sincretizado com Omolu por ter sido um santo que passou por um martírio ligado à vida dedicada ao tratamento dos enfermos.

Já São Lázaro é associado a Omolu por ter sido ressuscitado por Jesus Cristo mesmo estando enterrado. As oferendas a Omolu não são realizadas em cemitérios, e o orixá é reconhecido pelos nomes de Obaluaiê e Xapanã.

A saudação a Obaluaê é "Atotô Obaluaê", que significa "silêncio para o grande Rei da Terra".