Qual a diferença entre obesidade e desnutrição?

A obesidade e a desnutrição são dois problemas de saúde pública no Brasil, que podem estar relacionados e afetar o mesmo indivíduo. A diferença entre elas está nos aspectos que abaixo:

  • Obesidade: É uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, geralmente medida pelo Índice de Massa Corporal (IMC) . A obesidade pode levar a doenças como diabetes, hipertensão, apneia do sono, entre outras.

  • Desnutrição: É um desequilíbrio entre a ingestão de alimentos e a capacidade do organismo em absorver os nutrientes necessários. A desnutrição pode ser causada por hábitos alimentares inadequados, com escolhas ricas em gorduras e açúcar e baixos índices nutricionais.

É importante ressaltar que muitas pessoas obesas também podem estar desnutridas, apresentando importante carência nutricional. Para melhorar a qualidade de vida e a longevidade, é essencial realizar o tratamento adequado para as comorbidades relacionadas à obesidade e desnutrição, com acompanhamento multidisciplinar.

Obesidade Desnutrição
Excesso de gordura corporal Baixa massa muscular e gordura
Causada por dieta desequilibrada, sedentarismo e outros fatores Causada por falta de alimentos nutritivos, doenças e outros fatores
Aumento do risco de doenças cardiovasculares e outras condições relacionadas à obesidade Aumento do risco de infeções e outras condições relacionadas à desnutrição
Diagnóstico pode ser feito com base no Índice de Massa Corporal (IMC) Diagnóstico pode ser feito com base no perímetro braquial e outras medidas antropométricas

Quais são os critérios de classificação de obesidade e sobrepeso?

A classificação de obesidade e sobrepeso em português do Brasil baseia-se principalmente no Índice de Massa Corporal (IMC). Os critérios de classificação são os seguintes:

  • Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9 kg/m²;
  • Obesidade grau I: IMC entre 30 e 34,9 kg/m²;
  • Obesidade grau II: IMC entre 35 e 39,9 kg/m²;

Além do IMC, é importante considerar a circunferência abdominal para avaliar o risco de desenvolver doenças relacionadas à obesidade.

Homens e mulheres com cintura maior que 102 cm e 88 cm, respectivamente, apresentam maiores riscos de desenvolver doenças relacionadas à obesidade, como doenças cardiovasculares.

Embora não exista um sistema de classificação de obesidade infantil universalmente aceito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a relação entre o peso encontrado e o peso ideal para a altura como critério para diagnóstico de sobrepeso e obesidade em crianças.

Como a obesidade e a desnutrição afetam a saúde?

A obesidade e a desnutrição são problemas de saúde pública no Brasil e podem afetar a saúde de diversas maneiras. Algumas das consequências dessas condições incluem:

  • Diminuição do rendimento físico;
  • Sobrecarga do organismo;
  • Deficiências nutricionais;
  • Desidratação;
  • Desmaios;
  • Problemas cardiovasculares;

A obesidade, por exemplo, aumenta a prevalência de doenças como diabetes e hipertensão. Em 2019, o alto Índice de Massa Corporal (IMC) substituiu a desnutrição como o maior fator de risco de morte no Brasil.

Já a desnutrição afeta de forma mais grave os meninos negros no Brasil, conforme um estudo realizado entre 2015 e 2021.

Para enfrentar esses problemas, é necessário adotar uma alimentação mais adequada e saudável, com base em alimentos naturais ou minimamente processados, como arroz, feijão, legumes, frutas e verduras.

Além disso, é importante considerar a influência de fatores como a modernidade, o sedentarismo e o marketing de fast-foods e alimentos processados na alimentação e no controle da obesidade.

Quais são as causas da obesidade e da desnutrição?

As causas da obesidade e da desnutrição no Brasil são variadas e estão relacionadas a fatores individuais, sociais e culturais. Algumas das principais causas incluem:

  1. Novos padrões alimentares: A modernização e a globalização têm levado a um aumento no consumo de alimentos industrializados e fast-food, ricos em açúcares e gorduras;
  2. Aumento do trabalho e da renda: A crescente demanda de trabalho e o aumento da renda têm levado a uma maior disponibilidade de alimentos, especialmente os de fácil acesso e muitocalóricos;
  3. Genética 'gorda': A predisposição genética também pode influenciar o desenvolvimento da obesidade;
  4. Noites mal dormidas: O sono inadequado pode estar relacionado ao aumento da obesidade;
  5. Dietas desequilibradas: A pesquisa nacional sobre saúde e nutrição (PNSN) apontou que a dieta desequilibrada, onde predominam alimentos muitocalóricos e de fácil acesso, é um dos fatores que contribuem para a obesidade no Brasil;
  6. Redução do tamanho da família: A redução do tamanho da família aumenta a disponibilidade de alimentos na casa, o que pode levar ao consumo excessivo;
  7. Melhora da infraestrutura básica: A melhora da infraestrutura básica, como a eletrificação e o acesso à água, pode aumentar a expectativa de vida da população e, consequentemente, o peso médio;

A desnutrição, por outro lado, está relacionada a fatores como a má-alimentação, a baixa ingestão de nutrientes e a pobreza.

A transição nutricional da população brasileira, que envolve a redução dos casos de desnutrição e o aumento das prevalências de excesso de peso, tem contribuído para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial e diabetes.

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